quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008



Os 5 Elementos e os 6 sons curativos

Os 6 sons terapêuticos é uma técnica de Qigong Interno tradicional que limpa as energias psíquicas estancadas nos órgãos.

Neste workshop estaremos identificando os nódulos energéticos que influenciam em nossos padrões cognitivos com o fim de liberar e restaurar as energias no organismo e da mente. Como estratégia estaremos entrando no estado hipnótico de Qigong onde as manifestações das energias ressaltam aos nossos sentidos e identificaremos os nódulos que marcaram os padrões de nosso fluxo energético, e assim restauraremos um novo ritmo de fluxo com a energia clara.

Trabalharemos a forma dos 6 sons sentada e a em pé.

Objetivo:

- Limpeza e revitalização do corpo, energia e mente

- Desbloqueio de nódulos energéticos estancados no corpo energético

Conteúdo:

- Sensibilização dos órgãos vitais e dos 5 meridianos: visão interna

- Os sons internos

- Respiração: completa, abdominal(9.1.9), corpo transparente, Tenshin

- As 5 energias psíquicas

- Meditação das arcanas de 5 pontas

- Auto-massagem

Referencia:

- Qigong terapêutico

- Qigong Yamabushi

- Tolteca

Programação

09:30 – 11:30


- Introdução

- Auto-diagnostico

- Auto-massagem

- Entrando no estado de QIgong: respiração completa; abdominal (9.1.9); o corpo transparente

- O olhar interno

- Recapitulação


11:45 – 14:30

- Os 5 Elementos e as energias psíquicas

- Princípios dos sons vibratórios

- Os 6 sons por Dr. Tão Hung-Jing Séc. 5 D.C.

- Ativando os meridianos e os pontos correspondentes

- As 5 formas baseadas na familia Dong


10:00 – 12:00

- Respiração Tenshin

- Recapitulação

12:15 – 14:00

- Meditação das Arcanas de 5 pontas

- Encerramento

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

No coração do Grande Sistema

O Xamanismo da Água e do Fogo: “O Diário de bordo”




O Intento

Fotos: Sapo + Ichiro

O Intento raiz de levar um grupo nestas fontes que nutrem a minha alma (a selva amazônica e os Andes) era a impressão de que cada vez mais a selva Amazônica, com os seus tesouros e segredos mágicos, possíveis soluções para muitas enfermidades de nossa atual civilização, ficará mais e mais inacessível para as pessoas em um futuro próximo. Os sinais de fumaça são evidentes: quadrilhas de narcotráfico, petroleiras e madeireiras vorazes infestando a monumental farmácia natural amazônica. Uma complexa sinuca geopolítica que envolve as mãos das grandes potencias sobre o ouro verde.



Esta viagem, porém, foi um projeto piloto. Um aprendizado sobre o manejo do tempo, dos recursos, das relações e os imprevistos em muitas situações limites. O Intento de fechar em 11 pessoas resultou em 4. Eu, a Ana (cujo trabalho foi fundamental na produção), o Flavio e o Sapo. Estes últimos decidiram convictos no dia do anúncio da viagem e permaneceu inabalável em suas decisões. O que não aconteceu com dois de nossos amigos mexicanos que desistiram na ultima hora deixando-nos com aquele frio na espinha. Pensei em abortar o projeto por falta de recursos, mas logo assumi o compromisso ao sentir, sobretudo o quanto já estava lá o corarão do Flavio e do Sapo, assim como o da Ana que vem desdobrando seu afeto pelo mundo mágico das plantas. Por outro lado considerei ainda meu próprio propósito e a expectativa dos peruanos. O que surpreendeu a todos nesta configuração foi o fato do Flavio e do Sapo cumprirem aniversario no mesmo dia, 18/10, no final da segunda parte da viagem, nos Andes. Uma verdadeira celebração do renascimento.

Assim, ponto a ponto, a viagem foi marcada de estranhos sinais e sincronicidades que nos davam a certeza de que o trabalho era maior do que cada um de nós, o grupo era maior do que a soma das partes. O Espírito se fez presente no tempo de cada encontro e me colocou em meu lugar enquanto um agraciado instrumento.

Eu tinha chego dois dias antes do grupo em Lima para fazer a pré - produção. Cheguei na quinta começo da tarde enquanto o grupo chegaria no sábado. Fui ao meu café favorito em Miraflores e dei um passeio na livraria ao lado. Na saída, me chamou a atenção um cartaz sobre um evento com uma série de conferencias entitulado: “Peru Mágico”. O evento terminaria no dia seguinte, sexta-feira, ao meio dia.


O feminino no curandeirismo peruano



No dia seguinte, o Tito (la Rosa) veio me ver as 9:30 em meu hotel. Colocamos o papo em dia. Nos despedimos às 10:30. Ainda daria tempo de ir conferir o evento no Centro de Cultura Espanhola. O evento tinha um bazar com os mais variados tipos de alimentos alternativos. Barra de quinua com farinha de coca, fermentados de coca, licor de cocona...artesanato Shipibo. Sentei ao lado da barraquinha do índio Shipibo, nação indígena conhecida pela sua tradição no uso da ayahuasca. Começamos a conversar quando se aproximou uma garota. Cruzamos a conversa e fico sabendo que ela morava com uma curandeira em Lima. Touche!

Ficou armado o encontro para o dia seguinte, sábado, no começo da noite. Depois da reunião de boas vindas ao grupo regada a ceviche e risoto de frutos do mar. Fomos ao encontro da garota, a Karla, e a curandeira, a Camucha. Conversamos sobre o curandeirismo da selva, e a raridade de uma mulher neste meio onde domina o machismo. Um meio no qual, segundo a Camucha, os curandeiros colecionam troféus de mulheres que caíram em seus braços e assim conferindo-lhes status perante outros curandeiros. Camucha teve a sua iniciação na selva ao entrar em depressão assim que perdeu sua criança. A partir da iniciação que durou vários anos de idas e vindas à selva decidiu entrar em celibato. No entanto, possui um companheiro, Wilmar, que lhe acompanha e auxilia em suas sessões.


O belo encontro nos abriu para a possibilidade de fazer a sessão no retorno da selva, no dia 14, no sábado seguinte, antes de voar para os Andes.



No reino das serpentes




Saímos então para Pucallpa(do Quechua: Terra Vermelha) no dia seguinte. Fomos recebidos no aeroporto pelo Don Juan Flores. E já neste dia nos encontramos com o Don Pablo Amaringo que com a sua generosa hospitalidade costumeira nos acolheu com as historias de suas experiências no seu auge das atividades xamanicas. Tiramos o primeiro dia para habituarmos os nossos corpos com o calor úmido da selva, a exótica paisagem infestada de motocars zumbindo seus motores incessantemente.
Aproveitamos para munirmos de nosso carregamento de “mapacho” (o tabaco negro da selva utilizada para as sopladas de limpeza).





Saímos no dia seguinte cedo rumo a Mayantuyaku, o centro de plantas do Don Juan Flores. Quase 4 horas de táxi, barco e caminhada para finalmente nos instalamos ao lado do rio fumegante sobre o vulcão no coração da selva (vide artigo do Arthur Veríssimo na revista Trip n. 159 do mês de Agosto de 2007). A selva estava em uma situação de seca e um cheiro de queimada pairava no ar. Pela primeira vez em todas as minhas viagens experiencio um calor quase insuportável. Um calor seco que nem o banho de canequinha no pequeno córrego ao lado aliviava. Tive a impressão de que a água do banho se evaporava quase que instantaneamente ao tocar a minha pele. Eu havia escolhido estas datas justamente porque teoricamente começaria a espetacular época de chuva tropical, quando a selva amazônica se torna uma verdadeira usina de energia com seus raios e trovoadas, e tantos seres a espreita. Mas o caso é que o purgatório durou mais dois dias até a hora em que a chuva veio nos redimir da sauna natural.





Na chegada, Don Juan Flores definiu as plantas de cada um dos dietantes segundo as suas necessidades e propósito para a dieta. No dia seguinte finalmente cada um entrou em sua cabana individual para começar a limpeza com a bendita Yawarpanga, que nestas zonas da selva de Pucallpa é mais conhecida como Uancaui-sacha. A planta foi trabalhando tanto a limpeza física como a emocional, expelindo medos e anseios, nódulos estocados por longo tempo na pobre carcaça resultante de nossos modos de vida e de relações humanas “pos-modernas”.

Havíamos combinado três sessões durante nossa estadia ao longo da semana, porém com a chegada dos espanhóis e argentinos D. Juan Flores teve a sua velocidade diminuída. E como um bom Ashaninka ele foi seguindo as intempéries climáticas de cada instante. No entanto, quando soube que não teríamos nossa terceira sessão, propus ao grupo de fecharmos com uma sessão privada em minha cabana dentro da selva, rio e morro acima.
Enarte, o braço direito do mestre ficara encarregado de levar-nos a medicina. Ficamos no seu aguardo com os pescoços alongados. O grupo de espanhóis e argentinos teria a sua sessão com o mestre na maloca central começando às 21 hrs. Já era 20 hrs e o céu literalmente começou a despencar . A passagem para chegar até nós acabou ficando fechada e acabei olhando para a minha medicina particular que em 4 pessoas daria apenas para uma misera bicada para cada um. O que me parecia uma promessa fantasiosa de comungar com a Força da maneira como estamos acostumados. O temporal diminuiu quando já faltavam 15 min para as 21 hrs. Resolvi tentar descer para buscar a medicina para o grupo. O Sapo me emprestou sua lanterna e capa de chuva e, por via das duvidas, peguei uma outra lanterna emprestada da Ana. O caminho parecia um quarto escuro com o chão lamacento e as pedras escorregadias. Fui deslizando barranco abaixo em meio a um denso nevoeiro que parecia ir se fechando na medida em que eu ia me deslocando. O que me orientava não era a visão senão a memória do caminho que eu percorrera algumas vezes ao longo da margem do rio que se esquenta na medida em que me aproximo da maloca central. Porém o rio ainda estava frio, fui reconhecendo a entrada das cabanas que eu me alojara com o Arthur Veríssimo a uns três meses e meio atrás. A partir deste momento o rio começaria a esquentar e quanto mais esquentava mais denso se tornava o vapor. Sentia-me em um ambiente onírico de cinema hollywoodiano. Em um determinado momento fiquei cercado pelas densas cortinas de vapor e acabei me desorientando. Já não sabia em qual direção deveria seguir. Fiquei estancado em meio ao som jocoso dos vapores sentindo-me observado por todos os lados.



Uma voz em minha alma me pedia para retornar e acabei cedendo sem pensar muito. E com este intento, os caminhos estranhamente pareciam se abrir em direção a minha cabana. Finalmente cheguei ofegante na cabana onde os 3 me aguardavam ansiosos. Depois de alguma conversa e apaziguado o desapontamento de todos decidimos fechar com a medicina que tínhamos disponíveis. Uma bicada para cada um que medimos com o dedo na garrafa. A minha tarefa enquanto aquele que abre a sessão era a de ativar esta ayahuasca para levantarmos vôo apesar da ínfima dose. E para nosso espanto nossa nave começou a decolar e os espíritos foram se manifestando entre luminosas rajadas de raios. Finalmente, esta acabou sendo a sessão mais forte e marcante de toda a nossa estadia em Mayantuyaku.







Passamos o dia seguinte descansando e arrumando a mala para seguir rumo a Lima na manhã do dia seguinte. Saímos então umas sete hrs da manha apos cortar a dieta com a clássica pitada de sal na língua e uma suculenta salada de papaya. O vôo chegou a Lima um pouco depois das 12 e todos já ansiavam pelo restaurante de Ceviche. Como os ácidos são proscritos na pos dieta, acabamos nos banqueteando com um delicioso risoto de marisco.

Portal de Flores




Liguei pra Camucha, a curandeira limenha、para confirmar nossa sessão. Marcamos então para as 21 hrs. Nos encontramos um pouco antes com a Karla, a companheira de casa de Camucha para irmos juntos no espaço da sessão situado na periferia de Lima.
Ao todo, contando com a Camucha e seu companheiro, éramos 10 pessoas.

“Bem vindos a uma sessão de amor”, assim a nossa curandeira abriu a sessão. A presença da mãe primordial se fazia presente no cuidado dos pequenos detalhes e na reverberação precisa no chakra cardíaco. Seu preparo de ayahuasca, que segundo ela, segue uma tradição de Tarapoto onde se acrescenta a sua mistura com uma variedade de cipó, a ayahuasca negra, com algumas folhas de tabaco. Não tão cremosa, mas de fácil digestão.
Camucha, como uma curandeira mulher foi uma ponte de flores para sairmos da densidade da selva com um curandeiro, homem, para o mundo rarefeito dos Andes (mais precisamente no berço da civilização andina) com um casal de curandeiros. A cosmogonia baseada na paridade, Tito e Elbi refletiam o amor resultado de uma harmonia imbatível. Encarnação da própria cosmogonia de suas origens.

Chegamos no hotel renovados da sessão da Camucha quase as três da manha. Fizemos uma pequena regulação do grupo e nos concentramos para sair algumas horas depois, as seis da manha para pegar o vôo rumo a Huaraz, no departamento de Ancash. Precisamente no ventre entre a cordilheira Branca e a Negra.


A Cosmovisão da paridade





Tito nos aguardava no aeroporto enquanto Elbi estaria chegando nesta noite depois da gira pelas escolas para criança por alguns estados peruanos (Elbi tem um trabalho de resgate da língua Quéchua por varias escolas peruanas). E aos poucos fomos subindo ao seu centro completamente expostos ah imponente paisagem dos nevados andinos.



O silencio do centro de trabalho do casal de curandeiros contrastava com a densidade povoada da selva. O corpo se sentia tão à vontade no clima andino que parecíamos retornar a um útero primordial em seu profundo silencio.




Os dias transcorreram em meio às oferendas nas lagoas sagradas,


a sauna nas cavernas termais até culminar no encontro com Chaupin, o centro do centro, em Chavin. Casualmente encontramos Viracocha, o mestre em San Pedro, que do descanso nos degraus de sua porta reconheceu a Elbi que vinha ao seu encontro. Nos acolheu em seu espaço cheio de objetos sagrados e um San Pedro cozinhado com flor, recém colhido naquela manha. Em seu altar, uma linda flor branca de San Pedro recém colhida sinalizava o fechamento de nossa viagem na proteção daquilo que se manifesta pelas entrelinhas dos acontecimentos.

Com o guia xama Viracocha, percorremos todo o sitio arqueológicos de Chavin: da arena cerimonial até as galerias labirínticas no subterrâneo das construções que datam de quase três mil anos. As testemunhas: os altos cumes dos nevados de um lado, e de outro a sonora água do rio. Assim nossa jornada foi terminando com o tarô de Chavin da Elbi tirado no centro da arena. O condor foi aos poucos trazendo com seus ventos a chuva, que foi lavando as cartas e os resíduos de nossas almas renovadas.

Agradecimentos:


Ao Grande Mistério, a Força silenciosa que cria, mantém e destrói simultaneamente em uma dança cíclica de energia, intenção e consciência.
A Energia da Mae primordial que sempre zelou e zela pelo trabalho evolutivo de cada um.
Aos três mundos
Aos Guardiões, Guias e Protetores das 7 direções
Aos Espíritos das plantas mestras, da Selva e dos Andes.

Aos mestres e curandeiros

Ao Don Pablo Amaringo pela sua arte, doçura, hospitalidade e generosidade no acolhimento e na partilha dos mistérios da floresta.
Ao Don Juan Flores pela supervisao consistente, rigorosa e sutil das dietas e por disponibilizar os seus conhecimentos tradicionais ao mundo.
A Camucha pelos cuidados e amor maternal em sua sessão.
Ao Don Tito la Rosa e Dona Elbi Bravo pelos profundos ensinamentos sobre o real sentido da paridade. Um exemplo vivo de que para um casal em harmonia tudo é literalmente possível.

Aos navegantes



Ao Sapo, pelo resgate da cumplicidade de uma antiga amizade; pela alegria inerente de seu ser, sua generosidade natural e pelas ganas de fazer a travessia pelas profundidades de sua alma.
Ao Flavio, por partilhar sua sensibilidade dos planos rarefeitos do coração em suas historias, pelo seu humor clownesco, e sua busca sincera pelo estado de liberdade da alma.
A Ana Lucia, a nossa perfumeira, pela grande força na produção, por seus maravilhosos perfumes e essências e por aturar três marmanjos nos labirintos deste universo xamanico por mais de duas semanas.

A todos os 3 por contribuir com muita entrega para compor um grupo harmonioso,com uma maturidade que permitiu-nos ver o lado humano por trás de cada papel, nome ou prefixo, e por trás ainda deste lado humano onde reside o inominável mistério da Vida.


Relato dos Participantes



Depoimento do Sapones




OUTUBRO EM MAYANTUYAKU E ANDES - 2007


Encontrar os maiores Maestros do Xamanismo no Peru é algo único e inesquecível na vida.
Na companhia do Mestre Ichiro Takahashi, Ana, Flavio e eu, alimentamos a alma na força dos Mestres Juan Flores, Pablo Amarigo e a curandeira Camucha. Por Mayantuyaku, Pucallpa e Lima fomos conduzidos por seus guardiões, mandalas e serpentes.
Com as plantas mestras dietamos, limpamos e curamos. No calor da Floresta Amazônica, a natureza preenchia nossos corpos com a medicina que só a selva pode oferecer.
Nos Andes, Elbi e Tito La Rosa trouxeram os bons ventos e bons vôos, fechando nossos presentes com laços dourados. Música, flores, oferendas e palavras de sabedoria nos locais mais sagrados do Peru, as sete direções encheram de bênçãos as nossas vidas.
No final, mais uma surpresa estava por vir: conhecer onde tudo começou, Chavin de Huantar. Na companhia do curandeiro local Wiracocha e com as bênçãos de San Pedro, visitamos o sítio arqueológico onde se formou a cultura de Xamãns e curandeiros, e que, ano após ano, ensinou e formou gerações de doutores da cura.
Voltamos ao Brasil mais puros e fortes. Com os ânimos restabelecidos, trazemos aos nossos companheiros da força no Brasil, México, Europa, Japão e por onde mais o Xamanismo alcança, toda a nossa vibração, para juntos continuarmos a caminhada do bem e da cura que as plantas mestras nos ensinam.

Força amigos
Guilherme Sapotone
10/2007

Depoimento Flavio




ENCONTRO COM OS ENVIADOS DE DEUS


O primeiro encontro, foi com um verdadeiro anjo, chamado Pablo Amaringo, de fala quase inaudível, que emana sabedoria e conhecimento, suas pinturas são mágicas e suas dicas para selva foram relevantes.
A selva transborda energia e força, o Maestro de poucas palavras e riso fácil e sopro poderoso Juan Flores, nos convoca para cura de forma firme e decisiva.
Camucha “mi corazon es tuyo”, foram as únicas palavras que consegui dizer, após a emocionante sessão, uma curandeira de respeito, uma mulher dotada de todo o carinho atenção e amor incondicional de mãe. Seu trabalho reverberou no grupo muito além daquelas poucas horas de sessão.
Elbi e Tito La Rosa, representação suprema do amor na terra, ficar somente ao lado deles é uma “bendicion de DIOS”, agora trabalhar com eles é tudo que um pobre mortal pode querer na terra. O meu carinho e lembranças serão eternos a essa mulher de riso de criança e mãos poderosas que convocam os anjos para nos auxiliar, e ainda por cima nos brinda com a leitura de um oráculo de Chavin de forma doce e maravilhosa, e a esse mago dos ventos, que traz no sopro de suas dezenas de flautas e de seu charango a cura do coração corpo e mente.
Wiracocha o Sr Chavin, conhece tudo sobre esta cultura fascinante, centro de sabedoria e conhecimento, contribuiu muitíssimo para rever meus pobres conceitos sobre equilíbrio entre homens e mulheres.
E a você Ichiro, minha gratidão por compartilhar parte de sua trajetória no trabalho de cura, gratidão por ter sido colocado no meu caminho, gratidão por compartilhar seu conhecimento, gratidão pelo seu cuidado, gratidão pela atenção, gratidão pelo energizante qigong.
A Ana Lucia, Perfumeira salvadora, grato pelas lições e por nos aturar em nossos momentos de desequilíbrio.
E ao Guilherme, que no seu propósito resistiu bravamente às lições do corpo e de quebra demonstrou o seu carinho e atenção com os companheiros de jornada.
Agora nos tornamos irmãos espirituais,
Temos uma trajetória em comum.
Nossas vidas foram unidas pelo cosmos.
E como cavaleiros desta nova onda que se aproxima, mudaremos o mundo.

Beijos a todos.




“Reza a lenda que nas montanhas mais altas existente no planeta, habitava um casal que representava o amor.
Eles se ocupavam todos os dias em cultivar o amor e a transmitir o amor.
Os olhos dele brilhavam todos os dias sobre sua amada e pelos seus semelhantes e todos os seres vivos daquele planeta, contudo faiscavam de amor quando lançava o olhar para sua amada, sua sensibilidade e jeito demonstravam equilíbrio entre as forças masculina e feminina do seu ser. E todos os homens desejavam ter 15 segundos daquele olhar por uma amada, mas a nem a mais astuta de todas as águias era lhe reservado um olhar daqueles.
Ela recebia esses olhares e afagos com uma sabedoria de pachamama, seu jeito delicado e seu sorriso de criança, faziam-na parecer caminhar sobre as nuvens, porem sua atenção com seus semelhantes era muito presente e emanava uma tranqüilidade no coração das pessoas que impressionava devido a sua grande sensibilidade.
E ela quando recebia esses cuidados fazia acender as estrelas no céu e para cada estrela cadente que riscava o céu ela acendia milhares de outra estrelas, pois tinha a força e sabedoria que todos os homens necessitam de uma mulher.
Os dois juntos eram incansáveis na luta para ensinar o amor a todos que pelo seu caminho passavam.
Esses dois seres não tinham nome, e um dia foram chamados ao céu por DEUS, que contente com o trabalho deles resolveu dar-lhes um nome, mas diante de tanto amor percebeu que mesmo para DEUS a tarefa seria difícil, passaram-se vários dias, até que DEUS os chamou e disse; Você que tem honrado, reconhecido e amado sua mulher e seus semelhantes se chamara Tito, porem não bastava, como representante do amor supremo lhe faltava um sobrenome e como reforço DEUS emprestou daquilo que simbolizava o amor na terra e determinou que a partir daquele dia passaria a se chamar Tito La Rosa.
E para sua mulher parecia que a tarefa seria mais fácil, DEUS lhe deu um nome e ela de pronto com sua força e determinação não aceitou, nesta hora Tito lhe olhou com um sorriso no canto da boca e fez-lhe um sinal de aprovação.
DEUS assustado pediu-lhe alguns dias, e mais tantos se passaram, quando ele voltou determinou: você se chamará Elbi, e para que não haja confusão com a possibilidade de surgir outras Elbi’s, sentencio: você se chamará Elbi Bravo La Rosa.
Os dois voltaram para a montanha, e continuaram sua missão de transmitir o amor e então passaram-se 25, 50, 100, 200 e 400 anos e nada os abalavam.
Eu tive o privilégio concedido por DEUS de estar presente neste aniversário de 25 anos.”

Escrito em 18/10/2007 por Flavio Donatello.

Depoimento de Ana Lucia Guimaraes

A INICIAÇÃO



As viagens sempre são um aprendizado, mas algumas são verdadeiramente iniciáticas; quando atravessamos um portal e vamos ao encontro de nós mesmos, do propósito de estar aqui, neste tempo/espaço nesta nave mãe desta viagem maior.

Minha jornada teve início ao participar do planejamento da viagem junto com o Ichiro - muito trabalho e dedicação para ver o sonho tomar corpo. As coisas se complicaram, o pessoal do México desistiu, novelas de burocracias bancárias, meu pai doente indo embora. Vou não vou, consultei o I Ching: SEGUIR - mais claro impossível, fui.

Tínhamos que formular um propósito como motivo principal da jornada, para a escolha das plantas da dieta, passei dias matutando: ser verdadeiramente uma guerreira e uma curandeira neste mundo de deus.

O invisível tece suas tramas - sincronicidades - o grupo se reúne em Lima / alinhamentos, florais e aromas especiais - encontro do Ichiro com a Karla e a visita a Camucha (ficamos inteirados das notícias e fofocas do mundo xamânico).

Rumo a Pucallpa, no avião, turbulências cinematográficas com direito a gritos e pânico dos passageiros - presságios??? A visita a Pablo Amaringo desfaz qualquer receio: um ser de luz no meio do faroeste.

Mayantuyaco - lugar insólito - vapores sobre calores da seca, das queimadas - turistas - a floresta e sua força nos dizendo a que viemos, limpando o corpo e a mente. O grupo unido. Ichiro cuidando para que tudo saísse nos conformes apesar das limitações estruturais. Os trabalhos com a Ayuasca, o curandeiro Juan Flores, a dieta, as pessoas, a floresta - as fichas caindo e o prêmio da última sessão no tambo do Ichiro, com direito aos efeitos de luz e som da primeira chuva e dos bichos da floresta. Fiquei super orgulhosa do nosso grupo - uma experiência para quem realmente que ir além do Bojador.

Lima de Camucha - numa salinha simples, num fim-de-mundo, um surpreendente ritual de pureza que nos levou às mais elevadas vibrações. Um encontro que me deixou um sem fala - uma dimensão de experiência que não é alcançada com as palavras.

Andes - chegamos nas asas do condor (sensação que tivemos em nosso micro avião junto com o hino do condor que Ichiro canta nas sessões), num maravilhoso dia de sol. No caminho descortinou-se o pico de Huascarán, Tito parou o carro e saudamos o imponente nevado inaugurando a série de rituais que faríamos nos próximos dias. Elbi nos explicou sobre a cosmogonia andina e fizemos uma sessão de cura com o som de Tito - estava super aberta depois da sessão da Camucha e os sons mágicos do Tito me ajudaram a aterrar.

No sopé de Huascarán reverenciamos o feminino e o masculino com rituais em lagoas fêmea e macho. O povo andino tem uma maneira muito especial de se relacionar com a natureza, são pequenos, morenos (alguma coisa de hobbits), parecem um povo guardião da terra. Nos dias que se seguiram visitamos a feira de Caruaz, a Elbi nos ensinou a Benção das Flores, tirou para cada um o tarô com a simbologia da cultura Chavin, fomos às termas em cavernas, fizemos um ritual de oferendas para a Terra (Pachamama), celebramos o aniversário gêmeo de Guilherme, Flavio e as bodas de prata de Elbi e Tito (mais coincidências).

E o encerramento/coroamento de nossa jornada foi a viagem ao templo Chavin onde encontramos Wiracocha, um curandeiro amigo de Elbi, sacerdote, dançarino médium que nos presenteou com copos de San Pedro e nos guiou pelo passado/presente da Cultura Chavin.





Contatos: http://www.mayantuyacu.com