sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Qigong – A Energia como Caminho

A palavra Qigong em si já revela muita coisa sobre a origem e o sentido de seu significado. Qigong é uma palavra chinesa e significa trabalho com o Qi(se pronuncia tchi em chinês). Qi é representado por um ideograma composto por dois ideogramas significando arroz e ar, ou seja Qi é a energia produzida pela combinação do alimento sólido e aéreo, a comida e a respiração. Por tanto, à partir desta palavra já se deduz que existe uma percepção de uma `Força`da natureza, do ponto de vista chinês, produzido pela combinação da comida e da respiração. Gong significa trabalho, traduzindo então Qigong como trabalho com energia. E foi à partir desta cultura que foi se desenvolvendo desde 5000 anos atrás o grande edifício do sistema que trabalha diretamente com esta força da natureza representado pela palavra Qi.

No ocidente a tradução mais próxima da palavra Qi seria Energia. Porém esta palavra é ainda algo um tanto vaga do ponto de vista científico pois só se percebe a sua manifestação tais como luz, calor, eletro-magnetismo etc. Fala-se de partículas atômicas, sub-atômicas, anti-matéria, fusão ou fissura nuclear, gravidade etc...e desta forma se manipula a matéria até níveis surpreendentes de tecnologia, criam-se at;e diversos tipos de geradores de energia, mas ainda assim a definição científica para esta força permanece obscura.

No entanto todas as disciplinas científicas que lidam com o termo energia como a biologia, a física ou a química leva em consideração a energia como uma força primordial por trás da existência de qualquer fenômeno da vida e cuja natureza é o próprio movimento - desde o movimento das plantas, dos animais, dos astros ou dos átomos.

Desta forma, para o Qigong movimento é o próprio signo da vida, logo quando se perde o movimento, a energia se estanca, manifesta-se a enfermidade e em seu extremo, a morte. Assim gerações de mestres dentro de estados intensificados de consciência observaram os comportamentos da Natureza, dos seres vivos, suas qualidades vitais e foram descobrindo padrões de fluxos e bloqueios de energia e maneiras de estocar, aumentar e refinar a energia. E assim foram se estabelecendo os princípios do sistema.

O Qigong se divide em grande parte em três vertentes: a marcial, a da manutenção e da melhora da saúde e a do desenvolvimento pessoal ou metafísico. A primeira se utiliza a energia para defender e atacar pontos vitais, aumentar a destreza, força e resistência; a segunda concentra-se na cura de si e a de outros e finalmente a terceira leva o Ser para um estado alem dos 5 sentidos onde se ativa circuitos superiores do sistema nervoso produzindo fenômenos cognitivos como clarividência, clariaudiência, telekinesis, telepatia etc. Esta última vertente recebeu uma grande contribuição pelo budismo e o taoísmo, cada qual em sua estratégia de busca pela integração definitiva com a natureza da realidade, o Vazio ou o Caminho.

Hoje no Ocidente o Qigong ainda é uma disciplina obscura envolta em um ruido estereotipado pela cultura chinesa, porém esta é uma arte que vai alem da cultura local. Muitas pesquisas tem sido desenvolvidas em grandes universidades não só da China como do Japão, da Alemanha, da Rússia e dos Estados Unidos. E tem se revelado uma arte genuína do século 21 com potencial para resolver as grandes questões da crise contemporânea relacionado à Vida.

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