quarta-feira, 11 de julho de 2007

Ayauma: quando o Sumiruna encontra o Buda

A primeira vez que dietei a Ayauma foi no inverno de 1999, com a direção do D. Jose Campos. Na época, estava ainda recuperando-me de uma serie de ataques de feitiçarias que tinha vivido no Japão e no Acre. Restavam resíduos de energias parasitas em minha mente o que me enfraquecia de maneira dramática.

A sugestão pra dietar a Ayauma surgiu por parte de Jose ao ouvir a minha historia. Talvez ele pensasse que só uma planta com a força da Ayauma poderia ajudar-me a restabelecer ataques de tamanha magnitude e que havia me deixado praticamente 2 anos com uma enfermidade energética. Déficit de atenção e memória, olhos inchados, incapacidade de sustentar um raciocínio lógico.

A Ayauma é uma arvore frondosa, de tronco duro, com frutos do tamanho de um coco. Floresce algumas vezes por ano uma flor rara de pétalas vermelhas arredondadas com matizes de amarelo e branco no centro e bem no seu “olho” saem finos tentáculos brancos com pontas violetas. É uma arvore que cresce em margens de rios e igarapés. Conferindo-lhe a forca do mundo das águas. uma planta pra dietantes avançados ou seja, para aqueles que já possuem uma boa intimidade com a força das plantas. É conhecida por ensinar tanto sobre cura como sobre feitiçaria. Nesta dieta, ela foi mesclada junto a Ayahuasca. Folhas, gomos dos frutos, flores etc. Nesta mescla, a força das duas plantas se potencializam.

Foram 8 dias de reclusão onde ela me levou tanto para mundos subatômicos como para o universo dos feiticeiros do Peru. Foi onde pela primeira vez me conectei diretamente com uma antiga linhagem o taoísmo antigo.

8 anos depois, neste ultimo mês de Junho fui com o compadre Arthur Veríssimo para uma nova dieta. Desta vez no centro Mayantuyaku do Don Juan Flores. Ambos acabamos dietando a Ayauma, só que desta vez o chá de sua casca. Uma dose pela manha em jejum e outra na parte da tarde. Ambos conectamos com o guardiã desta planta, o rei dos espíritos da selva, o Sumiruna. Este se manifesta como uma serpente na qual só a cabeça mede 2 metros de largura, o corpo, 15 metros. Ela rege todas as serpentes da selva.

Na nossa ultima sessão com a Ayahuasca, curiosamente, ela entrou no corpo de nós dois. Eu olhava para o meu corpo e via um esqueleto de serpente. Ela soprava meu corpo e ia limpando meus canais de energia. Meu corpo ondulava. Me fazia pensar no Kung Fu da serpente que trabalhava quando pequeno. Quanto ao Arthur, ela se manifestou enrolada na copa da arvore e ele foi resgatando a conexão com os Naga Babas lá da índia. Shiva com o seu imponente tridente!

Arquétipos a parte, a serpente é o símbolo universal da Kundalini, da energia vital que sobe pela coluna vertebral do centro energético situado no sacro e vai serpenteando ate morder o fruto no centro do cérebro, a glândula pineal. Mas este percurso não se faz sem antes liberar os nódulos situados em partes chaves da coluna vertebral diretamente ligado a um padrão mental e comportamental especifico.

O fato é que hoje, 11/07/07, Arthur, com o seu apurado faro de repórter do mistério, descobre em suas google navegações pela internet, um dado estonteante. A Ayauma é também conhecida como a arvore Sal na qual conta-se que em seus pés nasceu nada mais nada menos que o próprio príncipe Gautama Sidharta, o então Buda. O que faz ela ser então uma arvore sagrada. A representação do bebe Buda sobre a flor de lótus na verdade não é a flor de Lótus e sim a flor de Ayauma, a arvore Sal.

Para quem não tem problema com o inglês, confiram o site para maiores infos:

http://www.thanhsiang.org/eng/ezine/html/articles/2005/mp53-sala.htm

A questão é, como estas arvores, ou plantas mestras, se conectam silenciosamente entre pólos tão distantes do planeta? Da Índia à Amazônia! É uma questão sobre as conexões subterrâneas da rede neuronal do organismo Terra. De um lado os Naga Babas, de outro os xamas.

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